terça-feira, 20 de abril de 2010

Casamento

Quem nunca ficou esperando que alguém realmente se pronunciasse na hora do "fale agora ou cale-se para sempre"? E um "não" no altar? Quem nunca teve vontade de ver um ao vivo e a cores?
Não que desejemos a infelicidade dos noivos, mas algo assim seria um verdadeiro acontecimento.
A maioria das pessoas acha que isso só acontece em filmes ou novelas, é "coisa de ficção". Mas, assim como a arte imita a vida, as vezes o contrário também acontece.
Era pra ser mais um fim de semana, trabalhando na festa de alguém, registrando a felicidade dos noivos, o atraso de quase duas horas da noiva e a falta de vontade dos garçons (com suas raras exceções) para com a nossa equipe. A cerimônia correu normalmente (ou seja, consideravelmente longa) e já registrávamos a saída dos noivos quando o pastor chamou para aquela paradinha de meio de corredor que eles adoram. Aquela coisa de chamar os noivos quando estão saindo, eles param, olham para trás, o pastor fala algumas palavras bonitas, e eles terminam de sair.
Enfim, nesse momento ouviu-se: "para tudo seu pastor!"
Todos olharam para entrada da igreja ao mesmo tempo. Se depararam com uma figura consideravelmente grande. Uma mulher, de pele morena, cara de poucos amigos e uma bolsa atravessada a tira colo.
Após o grito ela se encaminhou ao centro do corredor, onde se encontravam os noivos. Enquanto o fazia gritava "Esse vagabundo morou comigo durante anos. Nunca colocou um centavo dentro de casa, nem o leite das crianças ele comprava. E comigo ele não quis casar, agora com essa aí ele está casando? Isso é um absurdo!".
Os convidados ficaram atônitos. Os olhos da noiva se encheram d'água. E a minha equipe, apesar do susto e da preocupação com a situação, ainda teve a oportunidade de pensar "por que justamente esse casamento não tem filmagem?"
Sim, nada foi registrado. Dizem que poderíamos ter fotografado, mas o patrão também estava nesse evento, e escolher fotografar em uma situação dessas e diante dele, sem dúvida, não era uma das melhores idéias.
Mas, voltando à mulher. Enquanto falava do noivo, ela foi se aproximando do casal. Quando já estava a menos de um metro de distância dos dois, enfiou a mão na bolsa. Meu chefe arregalou os olhos. E provavelmente, ele não foi o único que pensou que ela tiraria dali uma faca ou uma arma de fogo.
Todos seguraram a respiração.
E o que ela tirou da bolsa?
Um lenço! Seguido das seguintes palavras: "Agora seu vagabundo, devolve essa dentadura que fui eu que paguei!"
A noiva caiu em prantos, a igreja segurou as gagalhadas, e, por incrível que pareça, não era um trote de amigos, era tudo verdade. E mais incrível ainda: iniciou-se uma discussão "devolve!" "não devolvo", "devolve!" "não devolvo", bem no meio da igreja.
Até a última vez que fiquei sabendo, ele ainda não devolveu. E se é possível ter ainda mais cara de pau, ele ainda faz questão de perguntar, sempre que o encontramos na rua, se nos lembramos dele.
E é um esforço sobre-humano, mas sempre dizemos que "mais ou menos" ou "acho que sim".
Ah se pudéssemos dizer "Claro! O cara da dentadura! E aí? Devolveu ou ainda está com a 'dentadura da outra'?"

3 comentários:

  1. Só com a kaka pra acontecer essas coisas haha.

    ps.: aqui está aparecendo o "Seguir". Bjos!

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  2. Huehuehue... já conhecia essa história. Eu acho que vc deveria jogar bem na cara dele isso.. vê? A outra ficou sendo enrrolada e ainda paga dentadura pra elee?? rsrs... ai aii... pena que não foi filmadoo. =/

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  3. ahuahauhauhauhauhauhauhauahuaauhau!!!
    essa foi boaaaa... adorooo essa historia..
    mas pelamordedeus, heim...dia 2 de outubro isso nao poooode acontecerrrrr.... :D
    bjoooss!
    Natalia

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